
Há alguns dias eu estava conversando com alunos sobre o conceito de ciclo de vida de um produto. Abordando questões básicas de marketing expliquei as fases deste ciclo. Comecei com o planejamento, fui para o lançamento, crescimento, passei pela maturidade e cheguei no declínio. Ao falar deste último estágio, trocamos figurinhas de alguns cases que retratavam a “morte” de um produto ou serviço. Senti nesse momento, uma carinha de desconforto ao tocar nesta palavra.
Isso me tocou e, de certa maneira, me lembrei como a sociedade, em diferentes épocas e culturas, encarava (e encara) a “morte” de maneira tão diferenciada. A sociedade da antiga Mesopotâmia, enterrava os mortos de modo muito escrupuloso. Objetos de uso pessoal, valores e comidas estavam presentes junto com o corpo no ritual de sepultamento. Já na sociedade Hindu, para livrar o morto dos pecados, era praticada a incineração crematória e, para acabar com qualquer restinho, as cinzas eram lançadas ao vento ou no rio. A sociedade Grega também cremava os corpos, mas diferente dos Hindus, guardava cuidadosamente as cinzas em respeito e em memória daquele que batera as botas.
Cada pessoa até hoje lida com a morte de maneira muito particular. Aspectos religiosos e culturais são grandes responsáveis por essas reações quanto ao maior mistério da arte de estar vivo.
Com C.S.Lewis, renomado professor e escritor, autor de mais de 40 livros e mais de 200 milhões de cópias vendidas, não foi diferente. Perdeu sua amada esposa e em um ato de profundo sentimento de indignação, revolta e fragilidade escreveu um diário sobre o seu próprio luto.
Lewis um homem cristão, a frente de seu tempo, sem dúvida um dos maiores intelectuais do século XX. Em seu livro, “A anatomia de uma dor. Um luto em observação.”, mostra o seu lado sombrio e amargurado. Abre totalmente para o leitor os seus sentimentos e questionamentos mais íntimos. Questiona e briga com Deus, revolta-se, chora, rasga a fé.... Um livro pequeno, mas muito intenso.
Indico de olhos fechados.
Viver é urgente!

“Deus certamente não estava fazendo uma experiência com minha fé nem com meu amor para provar sua qualidade. Ele já os conhecia muito bem. Eu é que não. Nesse julgamento, ele nos faz ocupar o banco dos réus, o banco das testemunhas e o assento do juiz de uma só vez. Ele sempre soube que meu templo era um castelo de cartas. A única forma de fazer-me compreender o fato foi colocá-lo abaixo.”
Autor: C.S. Lewis
Título: A anatomia de uma dor. Um luto em observação.
Editora: Vida
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