
Todos já devem ter ouvido falar em um garoto de 14 anos que já foi preso 17 vezes por furtar carros. A mais recente foi dia 25 de janeiro de 2011. O menino problema que está preso há mais de 42 dias na Fundação Casa em São Paulo é um exemplo de futuro anunciado, todos esperam o dia em que ele poderá ser julgado pelos seus crimes como um adulto. Será que esse futuro não pode ser mudado?
F.R.A. foi detido pela primeira vez aos nove anos de idade, depois de ter furtado um veículo. Dos 10 aos 11 anos foi pego mais sete vezes por furtar outros veículos, dirigi-los ou por danos. Com doze anos de idade foi preso mais três vezes sempre por furtar carros. Com treze anos de idade, foi preso mais uma vez, passou três meses na Fundação Casa, local que abriga menores infratores. Agora está na sua 17ª prisão.
Por causa da idade F foi detido e liberado todas as vezes, seus pais foram orientados a dar mais atenção ao menino. Depois da sétima prisão a orientação foi colocá-lo em uma escola por tempo integral mas o governo não tinha esta opção de ensino.
A família do garoto mora em um bairro afastado da periferia de São Paulo onde convive com a criminalidade, os pais se mostram pouco preocupados com a condição do menino e até coniventes, pois, com os pequenos furtos ele leva dinheiro para casa. O delegado do 98º DP, Paulo Arbus de Andrade, disse em entrevista ao Jornal da Tarde do dia 9/3/2011, que é possível ganhar até 300,00 em um dia trabalhando para o tráfico.
Segundo as pessoas que o prenderam, F tem uma habilidade grande em lidar com carros, portanto pode ser um talento desperdiçado e cooptado pelo mundo do crime.
Essa criança que está se tornando um homem é um exemplo da ineficiência do governo em construir cidadãos. Esse direito é dado a poucos que têm família estruturada, boa educação e oportunidades. Para a grande maioria da população que vive nas áreas pobres da cidade, viver com dignidade não é permitido.
O fato preocupante é que como ele há muitas crianças na mesma condição. A gente pode achar que não tem nada a ver com essa história, mas também somos vítimas da violência que essa situação gera. Quantos destes meninos nós encontramos diariamente no farol, em uma rua escura, na saída do banco.
Após a última prisão, F.R.A. está sendo analisado por uma junta de psicólogos para tentar identificar o que pode causar este comportamento, o meio, um transtorno psiquiátrico, como por exemplo, a compulsão, que pode ser tratada com terapia e remédios ou ainda ele pode se tratar de um criminoso nato, ou seja, alguém que nasce com propensão para o crime. “As características se manifestam cedo e não há cura”, diz o psiquiatra forense Guido Palomba.
Até a próxima!
Fonte: Jornal da Tarde

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